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segunda-feira, 28 de junho de 2010

As tentações do supermercado

Gosto de passear no supermercado, fazer compras: meu grande risco é que sempre sou tentada a comprar alguma coisa diferente que atrai minha atenção. Imagine, então, como foi para mim entrar em um supermercado italiano. Tantos produtos diferentes dos vendidos aqui... E mesmo os que encontramos por aqui não são exatamente iguais. Vamos lá.

Ferrero Gran Soleil -  Não encontro no Brasil essa maravilha. Trata-se de uns potinhos que se compra já na saída do caixa. Em casa, o procedimento é simples: sacuda o potinho e coloque no congelador de um dia para o outro. No dia seguinte, você terá como sobremesa um sorbet bem gostoso, e que ainda ajuda na digestão. É viciante, principalmente pela praticidade. Acho que provei quase todos os sabores (cappuccino, baunilha, tangerina, limão, chocolate e abacaxi) e fiquei apaixonada pelo sorvetinho. Só para não dizer que é perfeito, devo confessar que o piorzinho é o de abacaxi (aliás, corra de qualquer coisa feita com abacaxi na Itália, não presta mesmo: devo abordar isso de novo em outro post que farei futuramente).

Bolinhos mil - "Como gostam de um bolinho, esses italianos!", foi o que pensei, a julgar pela quantidade e variedade deles nos supermercados de Firenze. São vendidos aos pacotes, que não contêm menos que seis unidades. Têm desde o nosso clássico Ana Maria (chamado lá de "plum cake"), até itens mais elaborados, como o tegolino (foto). Meu preferido era o pan goccioli, produzido pela Mulino Bianco, divisão da Barilla que fabrica biscoitos e bolos. "Pan Goccioli" nada mais são que pãezinhos com gotas de chocolate. Deliciosos!

Danete superescuro - Achei também por lá o equivalente ao Danete/Chandelle daqui. Como adoro, comprei um para experimentar. Para quê? Mais uma coisa a viciar. O primeiro susto foi quando abri o pote: o creme é muito, muito escuro. Mesmo! Chocolate meio amargo total. Como não é muito doce, você come tudo num fôlego só. E o gosto de chocolate fortíssimo, inconfundível.

É, a quantidade de posts envolvendo comida estão numerosos, mas não acho isso uma surpresa - principalmente em se tratando de Itália. Eu, que adoro provar, experimentar, degustar, fui para um país reconhecido pela boa mesa que oferece. Com perdão do trocadilho, simplesmente juntou-se a fome com a vontade de comer!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Gelatos!

Mencionei o gelato no post abaixo, e aí percebi que ele merecia um post à parte (até mais de um, mas acho que ficaria meio chato, kkkk).

No mês em que fiquei na Itália, tomei um gelato por dia, mais ou menos. "Bem", podemos pensar, "nada mais natural; está calor e é quase verão por lá". É, mas acontece que os italianos não gostam muito de tomar gelato no calor: gostoso mesmo é tomar gelato quando está mais frio. Durante o verão, toma-se mais durante a noite, após o jantar (tipo 22h).

Parece um contrassenso, mas acontece que o gelato não tem a mesma consistência do nosso sorvete. É mais cremoso e, portanto, mais suscetível ao calor, derrete muito rápido. Logo, é bem difícil consumi-lo num dia mais quente: o cidadão periga ficar com a mão toda melecada.

Sabores -Vi muitos sabores de gelato (tive a felicidade de estar em Firenze quando a cidade teve seu primeiro Festival de Gelato!), provei vários e fiquei completamente apaixonada por alguns.

O primeiro gelato que tomei foi uma composição de quatro sabores: stracciatella (flocos), nocciola (avelã), pistacchio e, como adoro sorvete de creme, crema. Só que creme lá na Itália, não sei porque, tem gosto de laranja (?!).

Provei tantos que posso até desenvolver um top 5 dos meus preferidos:
  1. Fior-di-latte & menta - especialidade de uma rede de gelaterias, a Grom, esse sabor junta mozarela (tipo bola) e menta. Delicioso quando combinado com cioccolato fondente, outro preferido.
  2. Pistacchio - Nunca gostei muito de sorvete de pistache aqui no Brasil, mas agora descobri o porquê: porque simplesmente não tem gosto de pistache. Até a cor é diferente.
  3. Cioccolato fondente - É chocolate em estado roots, hard-core; super escuro.
  4. Nocciola - Um clássico das gelaterias italianas, facílimo de achar.
  5. Limoncello -  versão em gelato da tradicional bebida alcoólica, copia até a cor amarelo-cheguei. Muito, mas muito bom mesmo!

Vi gelatos de pistacchio ainda mais escuros que este. 
Mas este ainda tem a cor bem natural. 
Ao contrário dos sorvetes de pistache brasileiros...

    terça-feira, 22 de junho de 2010

    Cantuccini com Vinsanto

    Essa é uma sobremesa bem típica da Toscana.

    Cantuccini são biscoitos que parecem com a nossa cavaca, mas são cortados em pedaços e levam amêndoas na massa. São bem duros e com a coloração meio amarelada, por causa da grande quantidade de ovos utilizados na sua fabricação. Podem ser chamados também de biscotti ou cantucci.

    Vinsanto ou Vino Santo é uma espécie de vinho licoroso, apropriado para o final das refeições, produzido na Toscana. Tem gosto de uva passa (argh) e coloração âmbar.

    Como se come? – A sobremesa é composta por vários cantuccini e uma taça generosa de Vinsanto. Os cantuccini podem ser molhados no Vinsanto antes de ser comidos, e é assim que a maioria das pessoas consome esse tipo de vinho.

    Minha avaliação - Eu detesto uva passa, mas a-do-rei o cantuccini com vinsanto. Foi minha sobremesa preferida na Itália (excetuando o gelato, que é hors-concours).

     Ai, deu fome só de olhar!

    segunda-feira, 21 de junho de 2010

    Televisão

    Tá certo que não vi muita televisão na Itália. Aliás, esse é um hábito que não tenho nem mesmo no Brasil, já que vejo todas as minhas séries preferidas pela internet agora. Mas, vez ou outra, eu ligava a TV para ver programas italianos e, assim, quem sabe, aprender um pouco a língua. Acabei notando duas coisas curiosas:

    Telenovelas - Pela quantidade de novelas na programação, acho que os italianos são fanáticos por elas. Tem até uma sessão chamada "Pomeriggio D'amore" no canal Rai 2, na qual passa novela toda a tarde. No entanto, não vi nenhuma novela brasileira. Nesse período da tarde, eles transmitem uma novela italiana que não me lembro o nome, uma novela americana interminável (tem mais de 20 anos) que se chama The Bold and the Beautiful e uma novela alemã, Alisa.

    Quando chegava do curso, às 13h, ligava a TV e tentava acompanhar os diálogos. Eu dividia o apartamento com uma holandesa que era fanática pela The Bold and the Beautiful, e ela tentou, com muito custo, me explicar a trama rocambolesca da novela. Deu até saudade do Manoel Carlos...

    Por falar nele, acho que os juízes italianos da vara de menores não são tão ativos quanto os brasileiros. Enquanto no Brasil se empurra a novela para as 22h por causa das cenas mais calientes, na Itália elas rolam mesmo às 14h, em plena tarde.

    Sem tele-prompter - taí uma coisa que eu queria entender: por que diabos a maioria dos apresentadores italianos de programas jornalísticos não usam o tele-prompter? Fica a câmera focalizando uma pessoa que fica lendo de um papel o tempo inteiro. Muito estranho.

    E a Rai 1? - Não sei sobre a programação da Rai 1 porque a televisão do apartamento em que fiquei devia ser a única da Itália que não conseguia sintonizar esse canal. Todo mundo acompanhando os jogos da Copa, menos eu...

    Enquanto isso, na MTV... Uma das músicas mais tocadas na Itália nesse mês que fiquei lá:

    Stromae - Alors on Danse

    sábado, 19 de junho de 2010

    Comendo no restaurante

    Quando me preparava para vir a Itália, dei uma folheada em alguns guias turísticos, para saber como me portar nos restaurantes, etc. Em vários deles, encontrei a dica de que, para economizar na comida, podia-se pedir junto com uma pessoa um primo e um secondo piatto (massa e um prato com carne, na maioria das vezes) e dividir depois. Mas, vamos por partes, que isso pode dar problema.

    Primeiro porque a dica não se aplica a todos os restaurantes, uma vez que as porções são muito diversas. Em alguns lugares, a porção é tão pequena que é mesmo necessário pedir o secondo piatto - então, nem pensar em dividir. Mas há lugares em que o prato é tão farto que dá para dividir tranquilamente. Como saber? Pode-se tentar perguntar ao garçom, mas o conceito de muita e pouca comida é meio relativo, especialmente na Itália. Eu sempre pedi meu prato em separado, não dividi; se continuasse com fome após o primo piatto, pedia o secondo.

    Posso pedir só um prato? - Uma coisa: em alguns desses guias que li, parecia que você era meio que obrigado a comer os dois pratos, como se fosse um tipo de gafe não consumi-los. Se é realmente uma gafe, não sei, mas os restaurantes já estão acostumadíssimos com que as pessoas peçam apenas um prato em vez de a refeição completa. Em alguns casos, os garçons até perguntam se é só isso mesmo, se ninguém quer mais nada; mas, no geral, ninguém fala nada. Em toda minha viagem, se não comia pizza (o que era uma constante, claro), me contentava com um prato de massa (o primo piatto) e olhe lá! Em algumas regiões turísticas, só o primo piatto pode custar 15 euros.

    Menu turístico - Se a pessoa quiser ter a experiência de comer a refeição completa, a maioria dos restaurantes tem o que se chama de "menu turístico". O cliente paga um preço fixo - 20 euros, por exemplo - e tem três ou mais pratos para comer. Das opções que encontrei, já vi restaurante com menu de três pratos - massa, carne/peixe/frango e sobremesa; ou massa, carne/peixe/frango e contorno (acompanhamento, tipo batata frita) - e até jantei em um que tinha a refeição de quatro pratos mesmo - antipasto, primo piatto, secondo piatto e sobremesa. Esses menus valem a pena se você estiver com muita fome!

    Ciao!

    Este é meu último dia em Firenze, onde passei um mês estudando italiano e conhecendo um pouco a cultura desse país tão querido. Daí, como não resisto a criar um blog, achei que seria muito poético que essa jornada italiana terminasse com o início de outra coisa: um relato de tudo o que vi - e, principalmente, percebi - nessas quatro semanas.

    Apesar do título, Firenze & Eu, o que quero realmente é mostrar pedaços de curiosidade não só de Firenze, mas de outras cidades que visitei e, quiçá, do próprio cotidiano italiano. Minha pretensão não é transformar esse blog em um guia turístico - mas, é claro, eu ficaria muito feliz se algumas coisas escritas aqui ajudassem algum viajante.

    Ciao a tutti! Arrivederci!