Aqui no Brasil, a gente costuma dizer que "vai ali tomar um aperitivo" quando, na verdade, vai encher a cara de cerveja enquanto se entope de amendoim japonês e pastel de carne. Bem... na Itália, não é bem assim.
Encontrei vários bares fiorentinos que ofereciam o tal "aperitivo", mas só na minha segunda ou terceira semana é que fui realmente ver o que era. E achei curiosíssimo. É assim: você paga por uma bebida, um drinque (por exemplo, 8 euros) e tem direito a comer em um pequeno bufê de refeição ligeira: massas, torradas com paté, saladas, e até frutas. O objetivo é abrir o apetite para a refeição mais importante - no caso, o jantar.
Mesa de bufê de aperitivo
É lógico que nós, turistas, não víamos dessa maneira: nosso lance era comer bastante desse bufê
como se fosse o jantar, e ainda tomar um drinquezinho de lambuja. Só que, bem... eu não tive sorte com os drinques que pedi. Vou explicar.
A piña colada - Acontece que sou louca por piña colada. É meu drinque favorito, pedido certo sempre que me animo a tomar bebida alcoólica (o estômago reclama, mas fazer o quê? A gente tem que tomar uma birita de vez em quando nessa vida). Então, em minha primeira experiência no "aperitivo", decidi pedir a piña colada. Foi uma má escolha. Veio um drinque aguado feito com suco de abacaxi (péssimo, por sinal) e sem qualquer vestígio de coco. Nem consegui tomar aquela coisa chocha até o final.
Errar é humano, e insistir no erro é burrice. Mas como sou brasileira e não desisto nunca, tentei provar a piña colada em outro lugar. E, dessa vez, veio um drinque fortíssimo, cheio de rum, com gosto de coco, mas sem sabor algum de abacaxi. Talvez, se eu juntasse as bebidas dos dois lugares, resultasse em uma piña colada minimamente tragável. Blergh.
Spritz - Uma amiga italiana disse ser essa uma das bebidas mais populares por lá, principalmente na região de Venezia. Como ela não soube me dizer do que esse drinque era feito, resolvi ousar e provar assim mesmo.
Bem, só de ver a barista fazendo o drinque já não havia me animado muito: água com gás, prosecco e Campari. Putz, eu detesto Campari. Mas vamos lá, que a aparência da bebida era até bonita: vai que o prosecco tem alguma química maravilhosa que anula o amargo do Campari?
Spritz: bonitinho, mas ordinário
É, não anulou. O troço é extremamente doce e amargo ao mesmo tempo (como pode isso?!!), muito ruim mesmo.
E foi assim que eu deixei a Itália sem ter tomado um único drinque decente.
Salute!